Mentor: por que eu deveria ter um?

Um verdadeiro mentor nos ajuda a ser uma pessoa melhor e encontrar um sentido, não só nos negócios, mas também na vida.

Antes de mais nada, é importante clarificar exatamente o que é um mentor: é aquele que dá suporte e encorajamento para que a outra pessoa gerencie seu próprio aprendizado, maximize seu potencial, desenvolva seus skills, aprimore sua performance e se torne a melhor pessoa que ela possa vir a ser. Continuar lendo

Barcelona: o segredo de um sucesso

Não é comum que um time de futebol concorrente de uma liga importante vença todas as seis competições que disputou em um ano. Mais incomum ainda é esse time conseguir tantos triunfos com um técnico e dez jogadores formados na própria equipe. Além de tudo, três desses jogadores foram finalistas do mais prestigiado prêmio individual do futebol mundial.

Sob qualquer ponto de vista, o Barcelona aprendeu a dominar a arte de vencer. Mas quais são os segredos desse sucesso? Como gerenciar tantos talentos? Seu modelo é sustentável? O que o clube precisa fazer para que sua filosofia e seu estilo de jogo imperem sobre os interesses individuais de cada jogador? Continuar lendo

Conceito Filosófico sobre a Cultura

O termo “ cultura “ provém do latim colere e quer dizer, originalmente, o cuidado e aperfeiçoamento das capacidades intelectuais propriamente humanas que jazem para além do estado natural. Nos séculos XVII e XVIII, cultura significa tudo aquilo que deve sua origem à intervenção livre e consciente do homem.

A partir do século XVIII, o conceito passou a ser entendido sob quatro aspectos:  a) é uma condição geral e específica da mente; b) um estado de desenvolvimento intelectual da sociedade como um todo; c)um corpo geral de trabalho artístico e intelectual e d) é o todo do modo de vida material e espiritual de uma determinada sociedade.

Segundo tais autores, as causas e condições da cultura não se originam propriamente nelas, muito embora elas se explicam por si mesmas porque foram produzidas com maior facilidade ou de um modo determinado. Portanto, para tais pensadores as verdadeiras causas da cultura são as atitudes e necessidades do homem.

A Antropologia Filosófica se interessa pela função do homem como criador de culturas. Segundo alguns autores, o homem e o animal coincidentemente se distancia, quando o homem se inteira de sua superioridade e do papel que ele desempenha como criador de culturas. Isto ocorre porque o homem é livre com respeito às suas ações e seus projetos, que podem seguir sem uma predeterminação instintiva que os force; a faculdade de realizar tais projetos superiores se manifesta em sua capacidade cultural. Somente o homem pode formar e produzir os objetos e utensílios; transformar constantemente o seu mundo circundante, enriquecê-lo com suas obras sem estar esta capacidade criadora predeterminada pelos instintos.

Esse talento de formar e criar os objetos segundo um objetivo e de usá-los como bens culturais é um privilégio exclusivo da espécie humana. Deste ponto de vista, o homem deve ser compreendido em sua qualidade de criador de culturas, e não como criatura dessas culturas.

Nas chamadas culturas de silêncio o homem não é visto como criador de culturas, mas sim como criatura que deve ser “domesticada” e adaptada a padrões e valores culturais que lhe são impostos por uma elite minoritária. O seu papel é servir de objeto a uma cultura alheia, e não criar culturas através do seu trabalho transformador da realidade.

Nas culturas de silêncio, o homem torna-se uma presa fácil dos poderosos meios de propaganda e comunicação de massas cujo objetivo é afogá-lo cada vez mais nas prescrições e nos mitos da sociedade de consumo. Ele se torna, desta maneira, um ser alienado e cujo único papel é obedecer, silenciar, não pensar e seguir os comandos das elites culturais superpostas ao seu mundo, trazendo-lhe, pois, a desumanização.

Podemos constatar, então, que o homem. Quando é transformado em criatura de cultura e submetido à cultura do silêncio, é subjugado aos mais baixos níveis de consciência humana. 

A CONSCIÊNCIA MÁGICA

No nível da consciência mágica, predominantemente rural, o único interesse do homem é a satisfação de suas mais elementares necessidades. Ele é destituído de “consciência histórica e cultural” e incapaz de perceber a realidade fora do domínio da vida vegetativa. Ele se mostra desinteressado e indiferente com respeito a sua própria existência. Impossibilitado de tomar distância da realidade para criticamente objetivá-la, as ocorrências de seu meio ambiente são interpretadas como imutáveis. Em sua mentalidade fatalista, ele cruza os braços diante das “impossibilidades” de quaisquer transformações sociais. Entretanto, essa mentalidade nada mais é do que o “fruto de uma situação histórica e sociológica e não um traço essencial de forma de ser do povo. Dentro do mundo mágico ou místico em que se encontra a consciência oprimida encontra no sofrimento, produto da exploração em que está, a vontade de Deus, como se Ele fosse o fazedor desta ‘desordem organizada’ ”.

É também conveniente salientar que as formas de comportamento mágico do homem imerso nas “culturas de silêncio” correspondem a uma postura gnosiológica em que o conhecimento mágico ou mítico se manifesta com o tipo de conhecimento próprio consciência mágica.

A tarefa da Filosofia, nesse contexto, é descobrir, por detrás de todos os símbolos e imagens metafóricas  o real significado do conhecimento mágico e tentar desmascará-lo, principalmente em casos onde ele é usado para esconder e camuflar uma realidade opressora.

A CONSCIÊNCIA INGÊNUA 

A consciência ingênua emerge da consciência mágica. A passagem do nível da consciência mágica para o da consciência ingênua ocorre quando o homem amplia a sua habilidade de capturar e responder às questões que surgem de seu meio ambiente e de entrar em relações de diálogo com os outros e com o mundo. O homem agora inicia o processo de tomar posse de sua palavra, de reivindicar seus direitos e de conscientizar-se que existir é criar, comunicar, decidir, produzir, transformar. Mas, freqüentemente, quando tal processo começa a ocorrer, forças irracionais interferem e por meio da manipulação e massificação transforma esse tipo de consciência em consciência fanática.

A consciência fanática tem como objetivo o perpetuamento das culturas de silêncio. Tanto assim que uma de suas mais visíveis características é a agressão, que se manifesta mais comumente no desejo de extinguir todos os seus oponentes como se fossem ele diabólicos subversivos. Ela impede que o homem de tomar uma atitude crítica diante dos desafios da realidade opressora. A massificação e a cultura de massas se mostram, desta forma, como opostas ao processo de conscientização que conduz o homem das culturas de silêncio à passagem da consciência ingênua à consciência crítica, transformando-o em criador de sua própria cultura.

Esse tipo de consciência ingênua é típico das sociedades em transição, isto é, sociedades que estão deixando de ser culturas de silêncio para se transformarem em sociedades abertas ou livres. Consequentemente, a consciência ingênua ou se transforma em fanática ou vem a se transformar em consciência crítica. O conhecimento ordinário ou vulgar caracteriza esse tipo de consciência. O significado das coisas é assimilado através de suas aparência externas e por meio de experiências causais destituídas de qualquer observações estritamente científicas. Esse tipo de conhecimento impede o homem de emergir das culturas de silêncio e de perceber criticamente a realidade opressora. A função da Filosofia, neste caso, é procurar remover do homem esse modo de conhecer e substituí-lo pelo conhecimento filosófico e crítico, o qual se esmera por conhecer as raízes da realidade inquirindo, assim, por seu sentido, valo e finalidade.